No mês de junho, entre os santos celebrados pela igreja católica, três se destacam pela popularidade e grande devoção em Iguatu: Antônio, João e Pedro são bastante festejados. Nesse período vamos conhecer a história deles ligada a comunidades de que são padroeiros. Santo Antônio, além de comunidades rurais, tem o bairro que leva o nome dele. São João é padroeiro do Distrito de Suassurana e São Pedro, da Vila Centenário.
A religiosidade, a cultura e muita resistência marcam a história dessa comunidade, que teve uma unidade de saúde que levava o nome do santo. O Hospital Santo Antônio dos Pobres tinha uma capela interna que acendeu nos moradores antigos a devoção que continua. Atualmente, o prédio abriga a Secretaria da Saúde e uma célula da pasta da Saúde estadual. Por lá, tem uma quadrilha junina que leva nome do santo, tem Centro Pastoral e a capela, sonho antigo dos moradores que mesmo com todas dificuldades vem sendo erguida.
O historiador e produtor cultural Michel Prudêncio, convidado pelo A Praça, apresenta um pouco dessas histórias. “A festa de Santo Antônio foi implantada aqui pelo Dr. Manoel Carlos de Gouveia, médico, ex-prefeito, que criou o Hospital Santo Antônio dos Pobres, por conta disso implantou a festa. Tinha procissão, as ritualísticas das novenas, as músicas, o hino de Santo Antônio dessa festa é composição de dom Mauro Ramalho, dentro desses festejos que deve estar bem próximo de completar 100 anos”, pontuou Prudêncio, destacando outros marcos históricos da comunidade ligada à religiosidade e costumes dos moradores. “Essa festa começou com a construção do hospital, com o encerramento das atividades passou para outro lugar. A comunidade está construindo a capela. Era um desejo de muitos anos. A gente vê isso acontecendo. Essa festa permanece viva, ativa, as mesmas pessoas quando era criança e adolescente, até cheguei a tocar também”, destacou o historiador que durante muito tempo morou na comunidade, filho do saudoso maestro Mano Prudêncio. Michel e a família ainda continuam com forte ligação com a comunidade. “Aqui é meu berço, minhas raízes estão aqui, amigos, família. Sempre que posso estou por aqui. Até mesmo porque desenvolvemos aqui ações do Instituto Mano Prudêncio. Mas continuando nossa conversa, é interessante ressaltar que algumas culturas se perderam por aqui. Com a construção do asfalto, muitos moradores deixaram de fazer fogueiras em suas casas. Essa tradição ainda continua, mas bem menos. Tem a alimentação, as quermesses, as comidas à base de milho, tem essa relação também com as festas de junho”, disse.
Tradição
A festa, as ações culturais e sociais envolvem muitas pessoas. “Tem muita carga humana para uma festa dessa acontecer. Os moradores fazem acontecer. As brincadeiras juninas fazem parte dessa cultura popular. A quadrilha Santo Antônio tem uma importância muito grande nessa comunidade, que leva o nome do bairro, feita por gente do bairro. Onde hoje é a capela, tinha uma quadra onde aconteciam os festejos da quadrilha na comunidade, na festa de Santo Antônio. Tinha cortejo, uma tradição que era mantida na comunidade. A gente viu isso muitos anos acontecer aqui nessa região. A Junina Santo Antônio, bastante ativa, que daqui saiu um Instituto Santo Antônio, que promove educação, arte e cultura e ações sociais que presta serviço nas periferias. Muita ativação cultural nesse território aqui. Uma história ligada a Dr. Gouveia que todo mundo precisa conhecer”, destaca Michel.
Saiba mais
Santo António de Lisboa, também conhecido como Fernando de Bulhões, foi um religioso português que viveu no século XIII e é amplamente reverenciado como santo. Nascido em Lisboa, ingressou na Ordem Franciscana e tornou-se um pregador famoso e um doutor da Igreja. Ele morreu em Pádua, na Itália, em 13 de junho, e foi canonizado menos de um ano depois.
Detalhes da vida de Santo António: nascido em Lisboa em 1195 (ou no final dos anos 1180, segundo exames mais recentes), era filho de uma família nobre e rica, iniciou a sua formação religiosa na Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho e posteriormente entrou para a Ordem Franciscana. Tornou-se sacerdote e destacou-se pela sua pregação e habilidades teológicas.
Santo António era um pregador muito popular, conhecido pela sua eloquência e pela sua capacidade de realizar milagres. Ficou também conhecido como o “Santo Casamenteiro”, devido à lenda de que teria ajudado uma jovem sem dote a se casar.
Após a sua morte em Pádua, em 13 de junho de 1231, Santo António foi canonizado pelo Papa Gregório IX em 1232. Ele é reverenciado como santo protetor de diversas causas, incluindo os pobres, os perdidos, e os casamentos. Em 1946, o Papa Pio XII concedeu a Santo António o título de Doutor da Igreja, reconhecendo a sua importância teológica e a sua contribuição para a Igreja Católica.
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