Rogério Gomes
Correspondente em Fortaleza
Em sessão presencial realizada nesta quinta-feira, dia 20 de agosto, a Assembleia Legislativa do Ceará confirmou a suspensão do mandato do deputado estadual André Fernandes (Republicanos) por quebra de decoro no episódio em que ele acusou o também deputado estadual Nezinho Farias (PDT) de envolvimento com grupos criminosos, mas sem apresentar nenhuma prova. André Fernandes apresentou queixa no Ministério Público, mas não foi encontrado nenhum indício da acusação contra o parlamentar pedetista.
A votação pela suspensão do mandato de André Fernandes por 30 dias aconteceu de forma aberta. Foram 29 votos pela suspensão e 11 contra, além de três abstenções. O processo no Conselho de Ética contra André Fernandes foi aberto em julho de 2019 e, agora, chegou a um desfecho com a punição de suspensão do mandato por 30 dias.
A sessão teve clima tenso entre discursos de deputados estaduais favoráveis à suspensão e outros contra. O deputado estadual Carlos Felipe (PCdoB) disse que a pena de suspensão foi dura. Para ele, o ideal teria sido uma censura verbal. Mas como não havia outra alternativa diante o erro cometido, o parlamentar do PC do B votou pela suspensão de André Fernandes.
O deputado do Republicanos, que recebeu a punição, considerou que muito destaque foi dado ao seu caso, seja pelos deputados ou pela imprensa, enquanto coisa muito mais grave acontece na AL. “Eu lamento muito que se perca tanto tempo nisso. As pessoas que acompanham as sessões devem ficar cansadas, esperando ver projetos e só ter essa discussão sobre minha punição”, disse André Fernandes.
Ele voltou a se defender, afirmando que recebeu uma denúncia contra o deputado Nezinho Farias (PDT), e que encaminhou ao Ministério Público para análise, sob pedido de sigilo, e que o MP vazou a informação.
“Não era minha intenção que isso fosse tão longe, já me desculpei com o deputado Nezinho, e sei do transtorno que isso trouxe para sua imagem. Mas sinceramente achei que não fosse dar em nada porque acontece coisa muito pior aqui, que merece mais atenção, e nada é feito”, afirmou.
Ele voltou a afirmar que o mesmo tratamento que recebeu nesta quinta-feira, quando da votação pela sua suspensão, será dado aos outros deputados com representações abertas. Ele citou os casos dos deputados Bruno Gonçalves (PL), Leonardo Araújo (MDB) e Osmar Baquit (PDT).
“Volto a dizer: vocês estão votando pela suspensão de um deputado que nunca roubou, nunca se corrompeu, xingou ou agrediu. Eu vou seguir sendo oposição ao Governo do Estado, vou continuar mostrando quem são os Ferreira Gomes, e dizendo o que ninguém tem coragem, e se não puder fazer aqui, faço pela internet, onde tenho muito mais alcance”, finalizou André Fernandes.
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