O prazo final da segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa está terminando. Os criadores têm até a próxima terça-feira, 30, para vacinar os animais com idade até 24 meses. Mas a baixa adesão à campanha tem preocupado o Núcleo da Agência de Desenvolvimento Agropecuário – Adagri, em Iguatu. Pouco mais de 18 % do rebanho nessa fase foram vacinados. A agência intensificou a ação de vacinação assistida junto aos criadores.

Uma das propriedades a receber os técnicos da Adagri foi a do agricultor José Nécide Barbosa, no sítio Estrada, no distrito de José de Alencar. O rebanho conta com mais de 100 animais, desse total 32, com idade até 24 meses, foram vacinados. A vacinação contra a doença é obrigatória. “Eu vejo que não falta informação. Hoje todo mundo tem acesso à informação. Até mesmo no local mais distante, tem rádio, tem telefone. Todo agricultor sabe que a campanha acontece duas vezes por ano. Não vejo isso como justificativa de não querer vacinar. O que está mais cara é a vacina. Mas quem cria um rebanho, mesmo que pequeno, pode vacinar. Eu faço questão de participar e vacinar os animais, porque é uma garantia que temos que os animais estarão protegidos”, ressaltou José Nédice, que recebeu a equipe da Adagri, produtores criadores vizinhos e uma comitiva da Secretaria do Desenvolvimento Agrário de Iguatu.

Além da fiscalização, os técnicos orientam os criadores sobre cuidados com a sanidade dos animais e os prazos que devem ser seguidos pelos criadores. O esforço é para que o Ceará consiga o status de Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação, em 2023. Mas, vai depender do desempenho da vacinação nessas últimas etapas. “É o que esperamos. Desde que foi estipulada essas metas a gente vem acompanhando o bom desempenho das campanhas, mas sentimos quedas drásticas desde o ano passado. A pandemia pode ter provocado essa queda, mas os criadores sempre contaram com apoio e até prazo prorrogados para vacinar os animais e fazer a declaração. É preocupante e esperamos que esse quadro mude nesta reta final”, declarou mostrando preocupação Venâncio Vieira, secretário do Desenvolvimento Agrário de Iguatu.

Meta de 90%

De acordo com a Adagri, há no Ceará pelo menos 950 mil animais que devem ser vacinados nesta etapa. Nos cinco municípios assistidos pelo núcleo da Adagri em Iguatu, o rebanho bovino é de 171. 221 animais. Sendo que 58.673 devem ser vacinados, mas até o momento, apenas 15 mil 749 receberam a vacina. Em Iguatu, que tem o maior rebanho com 22.697, apenas 18,15% foram vacinados, que corresponde a 4.119. Cariús vacinou 40,89%, Jucás – 33,15%, Quixelô – 29,06% e Saboeiro – 26,97%. A meta mínima do índice vacinal é de pelo menos 90% de todo rebanho. Diante desse quadro, a Adagri espera que esse baixo índice vacinal aumente nos próximos dias. “A gente acredita que vamos ter um bom aumento nos registros de vacinação até o final da campanha. Isso porque tem muitos produtores que já vacinaram, mas não fizeram a declaração junto a agência ou mesmo on-line pelo portal do produtor. Quem vacina, tem até 15 dias para fazer essa declaração. E aquele produtor que ainda não vacinou, tem só até o dia 30 deste mês para vacinar o rebanho”, aponta Vanessa Chaves, médica veterinária da Adagri, fazendo um apelo para que os criadores atendam esse chamado.

Desde 2014 o Ceará foi certificado com status de ‘Estado Livre da Febre Aftosa com Vacinação’. Os criadores têm até 15 dias para fazer a declaração de vacinação dos animais, além disso também atualizar os dados cadastrais. Após, o período da campanha, a comercialização da vacina só é permitida com a autorização da Adagri. O criador que não cumprir os prazos estará sujeito as penalidades previstas em lei. “Isso é ruim, porque pode prejudicar nossa situação financeira. Acredito que se a gente continuar vacinando, logo, logo, não vai precisar mais vacinar”, disse confiante José Nédice.