A partir dessa edição vamos conhecer um pouco da história de pessoas que vendem os mais diversos produtos principalmente aos finais de semana na praça da Matriz, no Centro de Iguatu. Desafios, oportunidades, a jornada, a necessidade de iniciar um negócio de forma ambulante. A primeira personagem é dona Ana Maria Alves de Melo, aos finais de semana, ela vende pipoca e água na companhia do esposo Raimundo Augusto.
Não diferente de outros vendedores, o casal enfrenta uma jornada cheia de oportunidades e desafios. Mas a recompensa vem muitas vezes não só através das vendas, mas também no contato com outras pessoas.
Pelo menos às sextas-feiras e aos sábados, no começo da noite, dona Ana e seu Raimundo chegam à praça. Dona Ana Maria é uma figura conhecida na praça. Atende sempre com sorriso acolhedor, o cheirinho irresistível de pipoca se espalha pelo lugar. A presença por lá segue até por volta das 22h ou até um pouco mais tarde, principalmente quando tem evento.
Dona Ana faz tudo com muito carinho e dedicação. Ela vende pipoca, num espaço de grande circulação, enquanto o esposo circula pela praça com isopor oferecendo água. As pipocas variam entre R$ 4,00 a R$ 5,00 os pacotes; a garrafinha de água custa R$ 2,00. O dinheiro que conseguem ajuda a manter a casa. A venda dos produtos é essencial para ajudar no sustento de casa. “Meu esposo ficou doente, a gente ficou sem renda nenhuma, eu recebia o Bolsa Família, foi cortado. Devido à doença, deu entrada no auxílio, e com esse benefício a gente comprou essa pipoqueira, água, e a gente fica vindo aos finais de semana. Quando tem evento, a gente também vem. A festa de Sant’Ana também dá bom”, contou.
Espairecer
O carrinho de pipoca de dona Ana Maria é um ponto de encontro na praça. Tem gente que vem para comprar pipoca e botar o papo em dia, outros só para ver o movimento. “Mesmo assim, mesmo com pouco esse dinheiro ajuda a gente no aluguel, água, luz. A gente precisa comer, comprar remédio. Na semana também quando tem alguma coisa a gente vem, mas é difícil. É muita gente vendendo. Tem semana que a gente não vende nada, melhora depois das 20h. É assim mesmo. Tem vezes que venho mais pela nossa saúde, a gente faz movimento, conversa com um, com outro. Tem dia que vende, que não vende. Vamos levando a vida”, disse dona Ana, ressaltando também que a pipoca é feita com milho selecionado, o que oferece sempre um bom produto.
“Venho mais na sexta-feira e no sábado, porque sou evangélica e domingo a gente vai pra igreja. Eu me sinto feliz, a gente faz muita amizade. Meu esposo às vezes se zanga e diz que não vem mais, mas não deixa de vir. Aqui a gente se diverte, espairece”, completou.
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