Dona de casa empreende com fabricação e venda de cocadas caseiras

15/02/2025

Bia Cândido chegou ainda criança a Iguatu, vinda da zona rural de Acopiara com o com os pais e os irmãos, em busca de uma vida melhor, trabalho, de estudo. Nesta cidade trabalhou no serviço de doméstica ainda muito jovem, casou, teve dois filhos, mas sempre o tino de empreendedora esteve presente na vida dela, nunca deixou de vender ou fazer alguma atividade, para ter o próprio dinheiro, para ajudar também em casa.

Há 10 anos, Bia passou a fazer doces caseiros e cocada, em média produz três mil doces por semana. Antes contava com ajuda do marido, que ajudava depois do trabalho, mas com os filhos crescendo passaram a ajudar a mãe. Marciliano Gonzaga, o mais velho, tem a missão de ralar coco. A produção além da cocada tradicional tem também doces caseiros. Os produtos são vendidos em pontos do comércio local. A maioria dos clientes vão até a casa de Bia comprar as guloseimas. “Comecei fazendo doces. Minha cunhada fazia cocadas, mas não pôde mais fazer, ela me ensinou. Ela e o esposo me ensinaram, aprendi rapidinho, comecei a colocar nos comércios e deu certo. Hoje em dia o pessoal procura muito”, relembra Bia, contando que com o incremento a cocada passou a ser mais procurada, em média são três mil por semana.

“Para mim nunca foi difícil, porque sempre gostei de trabalhar. Comecei a trabalhar aos 12 anos de doméstica, depois passei a vender algumas coisas para mim, foi quando também despertei para fazer os doces. As pessoas começaram a gostar, me incentivar. Tanto as cocadas quanto os doces me motivaram a fazer cada vez mais. Até hoje, todo dia eu faço. Tem a cocada branca de açúcar e a tradicional com rapadura. Tem os doces leite com coco, mamão com coco, leite com goiaba, leite liso, caroçudo, banana e na época do caju, faço também”, contou.

Família

Os doces e as cocadas da Bia têm clientes até fora. “Meus doces e a cocada já foram e vão para longe. São Paulo, Rio de Janeiro, Portugal, Fortaleza, todos esses lugares já foram e ainda vão. Tem gente que compra e leva.  Faço tudo da mesma maneira, do mesmo jeito que aprendi para não ter diferença no sabor. Me sinto bem, feliz fazer e agradar as pessoas com os doces que são feitos com muito carinho e gosto”, destaca, agradecendo o apoio que sempre recebeu da família. “Meu filho me ajuda. Todo dia ele está me ajudando, para ralar coco. Já é função dele pegar o mais pesado. Mas o ponto é comigo. O segredo é gostar de fazer a aprimorar mais o que a gente aprendeu para não perder o ponto e as pessoas continuarem gostando e comprando. Não tem segredo”, disse.

A produção é feita no quintal da casa. O alpendre foi transformado numa cozinha, onde tudo é limpo e bem cuidado. “Minha clientela maior é aqui em casa. O pessoal do comércio liga e pede para entregar. Todo mês vende, mas o período junino é que vende mais. Esse dinheiro com a venda dos doces ajuda muito. Toda mulher gosta de ter seu dinheiro, de comprar o que necessita sem precisar de estar pedindo ao marido, nem a ninguém. Meu marido apoia. Ele diz: trabalhe para você, já que você gosta de trabalhar, trabalhe para você. Meu marido sempre me apoiou”, ressaltou.

Com a missão de ralar coco e ajudar na confecção das cocadas, Marceliano destaca que tem prazer e orgulho de ajudar no trabalho da mãe. “Desde novo a gente em casa cresceu vendo minha mãe e nosso pai trabalhando. A gente sempre ajudou também nos afazeres domésticos. Nunca foi uma vergonha. Para algumas pessoas ajudar no serviço doméstico é um tabu, pra gente aqui em casa não. Minha mãe sempre nos ensinou a cozinhar, a limpar, fazer os serviços domésticos pra auxiliar ela. Quando ela iniciou com a produção dos doces, eu ajudei de todos as formas, mesmo sendo novo ajudava no que podia. Hoje em dia, além de ralar o coco, auxílio nas vendas, na casa, também tem meu irmão que ajuda também. Ela até brinca dizendo que nunca teve uma filha mulher, mas não trocava a gente porque sempre ajudamos ela em casa”, contou orgulhoso. “A gente não pode deixá-la só, meu irmão está ajudando também na produção. O que a gente não quer é que ela pare de trabalhar, porque ela gosta. Para mim, Deus no céu, minha mãe e meu pai na terra. Eles dois são fortaleza da nossa família”, complementou Marceliano, orgulhoso.

Interessados em conhecer e experimentar os produtos bastam acessar o Instagram. @cocadasdabia.

MAIS Notícias
Projeto usa drones para otimizar uso da água na irrigação do milho
Projeto usa drones para otimizar uso da água na irrigação do milho

Tecnologia aplicada ao campo pode garantir economia de recursos e prever produtividade nas lavouras do semiárido cearense   Na cidade de Iguatu, no interior do Ceará, um projeto inovador desenvolvido por pesquisadores do Instituto Federal do Ceará (IFCE) tem mostrado...

Câmara aprova convênio de R$ 350 mil para o “Festeja Iguatu”
Câmara aprova convênio de R$ 350 mil para o “Festeja Iguatu”

Secretário de Cultura destaca importância do evento para economia local; vereadores cobram transparência na aplicação dos recursos   Na sessão da última quinta-feira, 12, a Câmara Municipal de Iguatu aprovou por unanimidade o projeto de lei que autoriza convênio...

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *