Dando continuidade as matérias com pessoas que empreendem na Praça da Matriz de Iguatu, vendedores ambulantes que estão principalmente aos finais de semana e buscam naquele espaço recursos para ajudar no sustento de casa.
Elânia Cristina é um desses personagens. Antes trabalhava em uma indústria de calçados, mas teve que sair para tratar de câncer de mama. Diante da situação financeira por não ter conseguido nenhum auxílio, iniciou o trabalho com pintura em gesso para crianças. Logo depois, passou a vender alguns brinquedos os mais diversos. A banca é repleta de brinquedos. Chama atenção principalmente da criançada que continua sendo cliente. “No começo trouxe uma mesinha, algumas peças de gesso e tintas para as crianças pintarem. Eu morria de vergonha. Ficava acuada, sentada no banco, esperando alguma criança ir pintar. Foi dando certo”, conta Elânia, que passou a investir no negócio, atraindo mais crianças.
Por lá, Elânia está cercada de brinquedos, balas, chicletes e bolas. Sempre atenta e solícita, atende com cordialidade quem por chega. As crianças ficam encantadas com tantos brilhos, cores e barulhos que saem de alguns brinquedos.
Câncer de mama
O negócio acabou gerando um ganho para o sustento de casa e tornou-se também uma terapia por conta da doença. O surgimento de um câncer de mama foi em 2017. Ela tratou fazendo cirurgias, tratamento com medicações e cuidados específicos. Quando estava de alta não deixava de estar com as pessoas e sua banca ali na praça. “Foi aqui na praça que encontrei forças para continuar essa batalha, aqui a gente conversa com um, com outro. Ela se diverte muito com as crianças, que se tornam amigos dos pais e a gente vai levando a vida. Passei a viver bem melhor, mais alegre. Aqui me sinto bem”, ressaltou Elânia, que está na praça a partir da quarta-feira, chegando no final da tarde.
Acordar para vencer
Para vender brinquedos tem que aprender também, conhecer os mais diversos personagens, tendências que surgem no mercado para agradar os mais diversos gostos. “A criançada sabe de tudo. A gente tem que ficar antenada. Aqui é muito bom. Sinto falta quando raramente não posso vir. É uma terapia”, comentou a vendedora, que conta com o apoio da família. “Não posso pegar peso. Graças a Deus, meu esposo e minha família têm me ajudado. Isso me fortalece. Logo quando descobri a doença, foi um baque grande. Mas não desanimei. Com fé Deus segui todo o tratamento, fique curada. Essa doença pode acontecer em qualquer pessoa. A gente vence na vida todos os dias. A gente tem que agradecer a Deus e acordar para vencer”, disse.
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