Que história é essa?

05/09/2020

Quem me conhece, sabe que sou “de direita”, ou melhor: pobre de direita. Tudo bem, aceito o epíteto com orgulho. Mas a questão dessa nomenclatura pejorativa dada a mim não é o tema que desejo ocupar o leitor a acompanhar com os olhos esse simplório colunista. Contudo, ficaria verdadeiramente enfurecido se me chamassem comunista. Doravante, tratemos do que realmente importa: a história mal contada (eufemismo: ela foi encoberta) sobre essa assassina ideologia.

Sendo direto, estima-se que o comunismo matou cerca de 110 milhões de pessoas. Acompanhe o dado alarmante e assustador publicado à época pelo próprio Izvestia (jornal russo):

“A ex-União Soviética lidera a lista de países que fez mais vítimas. Foram mortas 62 milhões de pessoas entre 1917 e 1987. Em seguida está a China comunista, onde foram eliminadas 35 milhões entre 1949 e 1987. Camboja (2,2 milhões de vítimas), Vietnã do Norte e Coréia do Norte (1,6 milhões cada), ex-Iugoslávia (1 milhão), Etiópia (725 mil), Romênia (435 mil) e Moçambique (198 mil). A pesquisa aponta o soviético Joseph Stálin como o maior assassino: seu regime teria matado 42,6 milhões de pessoas.”

Entretanto, ao que parece, aos olhos do esquerdista contemporâneo, a expressão “genocida” tem outra conotação. A semântica agora parece limitar-se a, tão somente, um gestor cujo posicionamento seja de direita – como é o caso do presidente Bolsonaro. Na visão aguçada pela hipérbole tendenciosa, o canhoto insiste em jamais enxergar qualquer mácula nos ditadores genocidas comunistas. Oportunamente, o comunista/socialista do século XXI é alguém que se escandaliza por uma piada politicamente incorreta, mas nada pensa a respeito das milhares de almas compungidas pelos perpetradores das chacinas em massa mundo a fora; tal fato sequer o incomoda. Fingem que tais atrocidades nunca existiram no decurso da história.

Não concordar com determinada postura da gestão atual, é uma coisa. Agora, tachar como fascista alguém só por ele não pertencer ao círculo idopolítico a qual pertences é, no mínimo, falta de honestidade e bom senso. Tal perseguição advém da não aceitação da derrota no último pleito, tão somente. Não aceitam a democracia quando essa retrata o posicionamento popular (parecem esquecer que foi o povo quem decidiu pelo resultado dessa eleição) de uma corrente que não é a deles. O sr. Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, já chegou a gabar-se, no Foro de São Paulo, pela ausência de candidatos de direita nos pleitos de outrora. E isso não aponta outra coisa que não o intento insaciável pelo pensamento forçosamente unilateral – coisa que deveria ser motivo de vergonha, de enfraquecimento e ataque à democracia.

Penso que a esquerda parece, agora claudicante, estar sofrendo de uma danosa espécie de “holodomor cerebral”. O intelecto atrofiou, morreu de fome. Nem de longe lembra os intelectuais sérios que um dia já tiveram. Sempre que vejo seus ataques perniciosos, cheios de malícia, distorcidos e vergonhosamente torpes, oriundos de intenções escusas, me pergunto abismado: Que história é essa?!

Cauby Fernandes é contista, cronista, desenhista e acadêmico de História

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