Emanuel Martins – Setor de captação do Hemoce

14/09/2019

Emanuel Martins, do setor de captação do Hemoce Iguatu, entrevistado nesta edição do A Praça, fala sobre mobilização programada para o próximo dia 21, ‘Dia Mundial do Doador de Medula Óssea’, quando a unidade do Centro-Sul comemora mais de 40 casos de compatibilidade e muitos desses com doações feitas com 100% de sucesso, no Brasil e no mundo. O que é medula óssea, quem precisa de transplante, como é feito o cadastro e como participar como voluntário, ele esclarece também para o público leitor, na entrevista exclusiva.

A Praça – No próximo dia 21 de setembro será comemorado o ‘Dia Mundial do Doador de Medula Óssea’. A hemorrede prepara algo especial para lembrar a data?

Emanuel – O Hemoce de Iguatu, juntamente com toda hemorrede do Estado do Ceará, está com uma campanha para cadastro de medula óssea. A ação teve início no começo deste mês de setembro e segue até o final do ano com metas mensais para cadastro de pessoas. Estamos firmando parceria com a Urca/Iguatu e vamos aproveitar o ambiente acadêmico num evento científico que vai acontecer nos dias 20 e 21/09 e estaremos fazendo na ocasião uma abordagem sobre as comemorações do Dia Mundial do Doador de Medula Óssea’. Será um momento muito importante para a campanha.

A Praça – O que é a medula óssea e qual a importância de fazer o cadastro?

Emanuel – Medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos e que produz os componentes do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas). É muito importante o cadastro do maior número de pessoas pois a chance de compatibilidade, que é a semelhança genética entre doador e receptor, é de um em cada cem mil (1/100.000); ou seja, é raríssima a chance de uma pessoa doente encontrar um doador. Cada pessoa que se cadastra aumenta a esperança de quem está dependendo de um doador de medula.

A Praça – Quem está apto a se cadastrar para ser um doador de medula?

Emanuel – Podem se cadastrar as pessoas com idade entre 18 e 55 anos, com bom estado de saúde e não ter doenças infecciosas ou incapacitante, doença neoplásica (câncer), doenças hematológicas ou do sistema imunológico.

A Praça – Como é feito o cadastro para doação e como saber se é compatível?

Emanuel – O cadastro é muito simples e rápido, sendo realizado pelos hemocentros nos diversos postos de coleta; após o preenchimento de uma ficha com dados pessoais e feita a coleta de 5 ml de sangue, uma única vez. O registro fica no REDOME (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea), que a partir de então passa a cruzar os dados com o banco de registros de pacientes indicação de transplante de medula óssea. Quando a combinação de genes entre doador e receptor for acima de 90%, não tendo encontrado entre os parentes um doador compatível, esse provável doador compatível é convocado para coletar nova amostra para confirmação. Após a confirmação o candidato à doação é consultado se deseja realizar a doação, tendo resposta afirmativa todos os custos relacionados ao procedimento são cobertos pelo Ministério da Saúde.

A Praça – Como é o procedimento do transplante? Quantas vezes a mesma pessoa pode doar?

Emanuel – O transplante é muito seguro, sendo disponíveis duas técnicas, as quais são apresentadas ao doador para que possa escolher a melhor. Podem ser realizadas uma doação de medula óssea a cada 6 meses, o organismo leva em média 15 dias para restabelecer o tecido doado. Os transplantes de medula óssea têm aumentado, garantindo segurança ao doador e esperança de vida para os pacientes do Brasil e de outros países, que buscam com o transplante a única chance de sobreviver.

A Praça – Quem precisa de um transplante de medula óssea e onde é realizado?

Emanuel – Os transplantes de medula óssea são indicados para pacientes com neoplasias (leucemias, linfomas), anemia aplástica, doenças autoimunes, dentre outras doenças que passaram por tratamento quimioterápico sem sucesso ou mesmo que possuem indicação estrita de transplante. No Brasil, diversos centros de oncologia/hematologia realizam transplante de medula óssea. O estado do Ceará conta com estrutura hospitalar para realização da coleta e transplante de medula óssea.

A Praça – Já tivemos casos de compatibilidade com pessoas de Iguatu? Quantos?

Emanuel – A nossa região tem sido muito generosa, pois já tivemos 43 pessoas compatíveis, sendo que muitas destas conseguiram fazer a doação da medula e salvaram vidas. Desses 43 candidatos compatíveis, tivemos 11 compatíveis com pessoas de outros países (compatibilidade Internacional). Nesses casos, aqui no próprio estado do Ceará, é feita a coleta da medula e enviada para o país, onde o paciente está necessitando do transplante.

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