Procissão encerra novenário do Senhor do Bonfim

06/01/2024

“Uma manifestação linda que a gente tem em nossa cidade. Todos os anos a gente recebe essa multidão em nossa cidade. E cada ano aumenta mais a nossa devoção por Senhor do Bonfim em Icó. E maravilhoso começar o ano assim recebendo as bênçãos de Senhor do Bonfim”, contou a professora Vanuza Cardoso, que tem o costume de montar um altar na janela da casa dela durante a passagem do Senhor do Bonfim, pela rua Ilídio Sampaio, no centro histórico de Icó.

Quem acompanha a procissão não se cansa, muitos vestem roupas brancas, fazem todo o percurso descalços. O casal Edvan Vicente e Geralda Sônia, que são de Souza, no estado da Paraíba, participou da tradicional procissão, este ano foi mais especial porque dona Geralda ficou curada de um câncer e outros problemas de saúde. “Eu adoeci, vim pagar a promessa pela graça de ter me curado de um câncer de pulmão e tumor na cabeça. Graças a Deus, estou curada. Vim agradecer ao Senhor do Bonfim”, afirmou a romeira.

Fogos e tapetes

São muitos os relatos de fé e graças alcançadas durante toda a caminhada. A procissão que acontece no dia 1º de janeiro em Icó em louvor ao Senhor do Bonfim reúne mais de 20 mil pessoas, sai do Santuário às 17h, depois de duas horas de caminhada retorna à igreja. Logo em seguida, o acender das bombas para muito representa um momento de fé e sacrifício, quando muitos homens enfrentam os estampidos e estouros das bombas muitos sem camisas. Ritual esse que atrai muitos curiosos. “É perigoso, mas a sensação que a gente tem de estar ali com fé, sabendo que pode se queimar, queimar uma roupa, é sem explicação. Só Deus, só glórias ao Senhor do Bonfim”, disse Romério Calaça, que trabalha com suporte técnico.

Além das bombas, outra tradição é o tapete confeccionado na rua Ilídio Sampaio, onde também é montado um arco luminoso que a imagem para nesse ponto às 18h. Este ano foram celebrados os 50 anos que o tapete é confeccionado, tendo ainda à frente o servidor público estadual e mestre tapeceiro Geraldo Monteiro. “Eu fico entusiasmado a cada ano. Não tenho nem o que falar de uma festa bonita dessas. É trabalhoso, é, mas temos que manter essa tradição. Vem gente de fora só para ver, tirar foto nesse tapete. Encontrei aqui gente de Belo Horizonte. É muito bem feito, muito bonito. É gratificante. Isso me pega. Se Deus quiser, ano que vem estaremos aqui de novo para manter esta tradição”, comentou.

Desde 1749

“Um momento de muita emoção. De fato esta cidade celebrando a festa da Diocese de Iguatu, a terceira maior festa religiosa do Estado do Ceará, e poder ouvir das pessoas o zelo, o cuidado por Senhor do Bonfim. Não me contive de emoções de poder viver esse momento aqui. Eu também agradeço ao Senhor do Bonfim por ter me dado a graça de encerrar esse momento de uma forma tão boa com a presença dele em nosso meio”, ressaltou o frei Carmelita Iêdo Bezerra, reitor do Santuário do Senhor do Bonfim e pároco da igreja matriz de Nossa Senhora da Expectação de Icó, destacando ainda que hoje, sábado, acontece o encerramento dos festejos iniciados com a subida da imagem de Senhor do Bonfim para o altar principal. A imagem continua exposta no santuário e a missa acontece no final da tarde de hoje.

A festa religiosa dedicada ao Senhor do Bonfim foi iniciada em 1749, e neste ano completa 274 anos. É uma das mais antigas do Ceará, a terceira maior, depois de São Francisco, em Canindé, e a de Padre Cícero, em Juazeiro do Norte.

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