TSE suspende eleição suplementar de Iguatu

Candidatos seguem pré-campanha, mesmo com a decisão da suprema corte

31/12/2022

A semana foi marcada pela determinação da suspensão da eleição suplementar marcada pelo TRE-CE para o município de Iguatu. A decisão foi em concessão de liminar pedida pelo prefeito cassado Ednaldo Lavor (PSD) e o vice Franklin Bezerra (PSDB). Mesmo com a novidade, os dois, entretanto, seguem afastados dos cargos até o julgamento do recurso pela ministra relatora do STF, Cármem Lúcia.

Pelas redes sociais, o prefeito escreveu, sem fazer menção direta ao caso, que “no processo vai ter choro, lutas, medos, inseguranças e vontade de desistir de tudo, mas também terá a presença de Deus sustentando todos os dias”. A publicação recebeu o apoio de aliados políticos. Na sexta-feira, 30, em cadeia de rádio, Ednaldo mais uma vez demonstrou confiança de que irá retornar ao posto de prefeito.

Há pouco mais de dois meses a cena política de Iguatu efervesce, nesse meio tempo a Câmara Municipal de Iguatu (CMI) escolheu um novo presidente sob clima de tensão nos bastidores e ensaio na configuração de oposição.

O gestor ao lado de sua esposa utilizou as suas redes sociais após o anúncio do cancelamento das eleições – Foto Divulgação

Pré-campanha

Por fora, um ritmo de pré-campanha cresce e mobiliza siglas tradicionais e a militância local sob dois nomes: Ilo Neto (PSB) e Sá Vilarouca (PT). Mesmo sem data para ocorrer um pleito antes de 2024, os dois reuniram correligionários e mantêm a agenda política. O comportamento mostra que ambos acreditam que a decisão pode ser revogada, e se caso se confirme, a cidade que vive um clima de instabilidade política pode ter o quarto prefeito(a) em um intervalo de menos de um ano.

Perfis

Ilo Neto, 29, é filho do deputado e ex-prefeito de Iguatu, Agenor Neto (MDB). Desde 2011 seu nome transita nos cenários político de Iguatu e Quixelô, essa última cidade onde seu avô José Ilo já governou. Sua primeira sigla de filiação foi o antigo PRB (Partido Republicano Brasileiro). Hoje, o engenheiro civil de formação, sendo filiado desde 2020 ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), sem experiência de mandatos e gestão, usa a seu favor a vivência adquirida ao lado de seus familiares.

Já o engenheiro elétrico Sá Vilarouca, 67, atualmente é empresário, sendo também oficial da reserva do Exército Brasileiro, como 2º tenente. Sua vida pública iniciou com a política sindical. Em 1982 começou a militar em um partido recém-fundado, o PT, onde permanece nos quadros até os dias de hoje. Sá já dirigiu a CDL de Iguatu. Vereador por sete anos, Sá se destacou pela atuação na Câmara, tendo assumido, por quase dois anos, a Secretaria de Indústria e Comércio na administração de Hildernando Bezerra (PSDB).

Relembre

O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) manteve, em 25 de outubro, a cassação dos diplomas do prefeito e do vice-prefeito de Iguatu, Ednaldo de Lavor Couras e Franklin Bezerra da Costa, por abuso de poder político. A decisão se deu por maioria.

O TRE votou pela cassação dos dois por abuso do poder pelo desvio de finalidade do uso da mídia institucional da Prefeitura, especificamente da página do site do Município, da página do Facebook e do Instagram.

A prática ocorreu entre janeiro e maio de 2020. O prefeito e o vice tiveram os mandatos cassados, porém, apenas Ednaldo foi considerado inelegível por oito anos, contando a partir das eleições de 2020. O prefeito recorreu da decisão e o processo foi admitido em terceira instância no TSE.

Quem governa?

No dia 2 de dezembro, o Tribunal marcou a eleição suplementar para 5 de fevereiro do próximo ano. Entretanto, com a decisão desta terça-feira, 27/12, o TSE determinou a suspensão da eleição suplementar no caso de Iguatu.

Com a decisão, a presidente da Câmara, Eliane Braz (PSD), segue no comando da Prefeitura. A partir de 1º de janeiro, o vereador Ronald Bezerra (REPUBLICANOS), novo presidente, já pode assumir como prefeito interino. No parlamento foi agendada uma cerimônia de posse da nova mesa diretora no primeiro dia do ano. Assim como foi na vez de Eliane, a Câmara ainda deve ser comunicada para que o presidente assuma dentro de um prazo pré-estipulado.

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