Ciência com Café

30/05/2020

A bomba atômica mudou tudo exceto a natureza do homem“.

Albert Einstein

Crônica

Semana passada estive a trabalho no estado de Tennessee, Estados Unidos, mais precisamente na cidade de Oak Ridge. Logo, deparei-me com uma explosão de novidades e surpresas, metaforicamente falando. Uma cidade bem pequena, tranquila e pacata. Porém, foi lá – unido ao projeto Manhattan – que foi produzida a matéria-prima da primeira bomba atômica americana. Cidade com apelidos bem interessantes e peculiares, como: secret city (cidade secreta), the city behind the fence (a cidade atrás da cerca) e atomic city (cidade atômica). A arquitetura também me chamou atenção, haja vista que, logo veio à mente as cenas da série da HBO, Chernobyl. Um tom cinza, prédios militares e o Google maps sempre evidenciando a palavra fusão nuclear em seu mapeamento. Ciência com Café também é fusão de história com átomos colidindo em cadeamento.

Lugar escolhido a dedo!

Oak Ridge foi projetada em 1942 exclusivamente para hospedar tal projeto, pois era uma área remota do território continental dos Estados Unidos, montanhosa, não havia aeroporto próximo na época, porém, com rodovias importantes que cortavam aquela região. Pouco se ouvia falar do estado de Tennessee, ponto chave para ocultar qualquer pista diante a corrida atômica – além de ter Albert Einstein longe do alcance das mãos de Adolf Hitler. Importantes projetos foram estabelecidos naquela época: o Y-12 que era destinado ao enriquecimento do urânio via excitação eletromagnética e, o X-10, estrutura para o teste do reator, no qual atualmente é o Laboratório Nacional de Oak Ridge.

Física

A famosa equação de Albert Einstein, E = mc2, “rascunha” rapidamente como uma bomba atômica por fissão nuclear se comporta, historicamente chamadas de “Bombas-A”. Nesse caso, núcleos atômicos do urânio ou plutônio são desintegrados em elementos mais leves quando são bombardeados por nêutrons. Ao bombardear-se um núcleo produzem-se mais nêutrons, que bombardeiam outros núcleos, gerando uma reação em cadeia. “No frigir dos ovos”, Einstein diz que partículas atômicas aceleradas a velocidade da luz, produzem uma gigante magnitude de energia (calor)… Mas sabemos o que se gera mesmo é destruição. Recentemente, o presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizou o desejo de retomar testes nucleares, mas fica evidente que o real desejo é tirar a pandemia do COVID-19 de foco, que, atualmente, assola a humanidade.

 

Um adendo

Não fui um aluno com dezenas de notas 10 no colégio Ruy Barbosa, mas sempre fui aquele estudante curioso, sempre perguntando o porquê das coisas, o que me fez aprender e absorver bastante. Bem como gostava de ir todos os sábados ao centro da cidade para tomar um sorvete com algum (a) amigo (a) e, acima de tudo, comprar a edição do jornal A Praça para ler as notícias da semana do nosso Iguatu e recortar o cupom promoção para algum ‘aulão’ que o épico Ruy Barbosa sempre ofertava. Além do mais, eu sempre pensava: “um dia ainda irei ser colunista do A Praça, não sei o que tratarei na minha coluna, mas chegarei lá!”… Bom, aqui estamos, e a esse periódico, devo meu respeito, agradecimento e admiração.

Congratulations!

São 1000 sábados de circulação ininterrupta, trazendo informação e conhecimento para a população iguatuense e toda a região centro-sul cearense. O jornal A Praça rompe fronteiras e chega à terra das 13 colônias todos os sábados – mesmo com os Estados Unidos com portas fechadas para o Brasil –, o que faz aumentar a coluna de mercúrio do termômetro da saudade pelo meu lugar. Professor José Roberto me acompanha desde o ano de 2005, no qual introduziu a literatura portuguesa na minha vida e, a esse redator chefe nunca cansarei de agradecer por aceitar a proposta da coluna Ciência com Café. Portanto, não poderia deixar de parabenizar e desejar vida longa ao A Praça, que seja sempre um canal de notícias e informação séria. É imensurável meu orgulho por ser colunista do majestoso A Praça.

Iguatuense, formação em Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrônica pela UFCG e Yonsei University, Coreia do Sul – Engenheiro Eletrônico da Freehand Engineering, EUA

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