IFCE-Iguatu promove Dia de Campo sobre cultura do trigo

06/08/2022

Com público formado por convidados, alunos, representantes de órgãos e entidades ligadas ao setor agrícola, o Instituto Federal de Ciências e Educação – IFCE Campus Iguatu realizou o Dia de Campo sobre a cultura do Trigo. O evento aconteceu na unidade Cajazeiras, na quarta-feira, 03. O objetivo da ação foi apresentar os resultados do desenvolvimento do terceiro experimento sobre a cultura desenvolvido pela unidade federal de ensino, tendo à frente o doutor em fitotecnia professor Bráulio Gomes de Lima. O experimento é realizado em parceria entre o IFCE, EMBRAPA e Universidade Federal de Lavras (MG).

Durante o evento, foi realizada uma palestra on-line com pesquisadores de renome entre os convidados: Dr. Jorge Henrique Chagas, do Centro Nacional de Pesquisa de Trigo, da Embrapa Cerrados; o professor dr. José Maria Villela Pádua, professor adjunto de Tigro e Cereais de Inverno em Condições Tropicais no Departamento de Agricultura na Universidade Federal de Lavras (Minas Gerais); Dr. Ângelo Aparecido Barbosa Sussel, do Centro Nacional de Pesquisa de Trigo, da Embrapa Cerrados e do graduando em Agronomia e bolsista do Departamento de Agricultura da UFLA, Pedro Henrique Gomes Bezerra.

Os convidados tiveram a oportunidade de ir à área de experimento onde foram apresentadas as oito variedades de cultivares, o sistema de cultivo e sistema ecofisiológico. “Eu observo esse experimento com o trigo como uma nova oportunidade. Assim foi com o camarão, que hoje é uma grande oportunidade. Acredito que o trigo também seja. Esse experimento tem uma grande relevância. Importante que produtores busquem tomar conhecimento, haja vista que o estudo está sendo feito por uma instituição de grande respaldo que é o IFCE. Uma oportunidade dentro dos resultados que estão sendo apresentados. Nos colocamos à disposição dos produtores dentro do nosso alcance. Já tem produtores interessados em participar também fazendo áreas experimentais. Vemos isso com uma grande oportunidade porque os produtores terão o suporte científico e técnico para quem sabe a gente passar a produzir essa importante cultura que é comercializada no mundo inteiro”, ressaltou o secretário do Desenvolvimento Agrário de Iguatu, Venâncio Vieira, que participou do evento.

 

Incremento

De acordo com direção do IFCE, a ação faz parte dos pilares educacionais da instituição federal, quando oportuniza e incentiva estudos e pesquisas, envolvendo professores, servidores, alunos abrindo também a instituição para a comunidade. Para o estudante e pesquisador e incentivador da implantação da cultura do trigo no Ceará, o jovem Pedro Henrique Gomes, “O Ceará não produz trigo, mas tem uma grande importância no cenário nacional porque possui o segundo maior complexo de beneficiamento do trigo no Brasil, é o segundo maior estado importador de trigo do país. A gente não produz, mas compra muito. A importação de trigo corresponde a 10% da importação do Estado. O que equivale mais de U$ 250 milhões anuais. Vejo o trigo apresentando bons resultados com esses experimentos no Ceará, só que irrigado. Vamos continuar os experimentos. Temos o grande desafio de testar em sequeiro e buscar maneiras de viabilizar essa cultura no estado de forma que possam ser desenvolvidas pesquisas de quais insumos, quais técnicas, quais cultivares se adaptam à região, época de semeadura. Fizemos três estágios, em três épocas diferentes. Esse grande ensaio veio mostrar a importância dessa cultura que pode ser produzida no Ceará, que pode ser um grande incremento para o sistema produtivo. Isso porque já temos soja sendo plantada no Ceará, em Tianguá, na Ibiapaba e na região do Cariri. Para isso vai ser preciso parceria e incentivo dos governos do Estado e Federal para desenvolver a autossuficiência da produção de trigo nacional”, apontou Pedro Henrique.

Viável

O professor Bráulio Gomes apresentou para os convidados a área experimental com as 8 cultivares diferentes plantadas. A ideia é mostrar o uso de tecnologias e a adaptação das cultivares na região. “É um experimento muito importante porque durante muitos anos a cultura do trigo se concentrou na região Sul, depois se expandiu para o Centro-Sul, um pouco no Nordeste, na Bahia, e agora chegando também ao Ceará. O Brasil consome mais de 16 milhões de toneladas e compra muito trigo de fora porque não tem autossuficiência, mas está crescendo a cultura. O trigo vem sendo uma cultural muito importante. Questões climáticas, solo, uma cultura que é super viável. Plantamos oitos cultivares e elas vêm apresentando bons desenvolvimentos, surpreendendo pelos bons desenvolvimento das plantas”, declarou o professor, satisfeito com o bom desenvolvimento das culturas.

Produção em dobro

Foram plantadas oito variedades das cultivares doadas pela Embrapa Trigo e Universidade Federal de Lavras – UFLA/Minas Gerais. As cultivares Brilhante, BRS 404, BRS 394, BRS 264, BRS 254, ORS 1403, ORS FEROZ E TBIO DUQUE, foram plantadas no 13 de maio. “Nossa ideia é fazer um dia de campo. Contamos com o apoio da direção da nossa unidade. Vamos seguindo com os experimentos”, disse o professor, apontando os bons resultados de plantações de trigo em Limoeiro do Norte. “Essas plantações de trigo de 2019 para cá, experiências com donos de moinhos da Agrícola Famosa, eles conseguiram a produtividade em torno de 5.300 quilos. Quando pode ser se visto que no sistema irrigado, a produção pode ser ainda até maior. Mas a produção dela no modo geral na região Sul fica em torno de 2.500 quilos. Aqui quer dizer que se produz mais. O dobro da produção. É isso que é interessante, porque temos três grandes moinhos nacionais aqui no estado do Ceará e que compram muito trigo, importam muito. Vejo um bom caminho para o desenvolvimento de uma cultivar que o Nordeste possa produzir com boa produtividade e qualidade para abastecimento interno nacional. É claro que tudo isso a longo prazo”, finalizou o professor, ressaltando que é uma área que deve ser bem mais estudada.

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