A situação das vias urbanas em Iguatu: como chegamos ao fundo do poço – PARTE I

20/04/2024

 

Essa semana foi notícia em todos os veículos de informações da nossa cidade a tragédia que ocorreu no Bairro Cajueiro onde inúmeras residências foram literalmente invadidas pelas águas pluviais. A pergunta inicialmente que faço é “Isso foi surpresa para quem?”.

Todos os moradores da nossa cidade sabem que no atual espaço ocupado pelo Assaí supermercado, haviam inúmeras pequenas lagoas de certa profundidade, que funcionavam como território de estabilização de águas pluviais, vindas das áreas atualmente ocupadas pelos bairros terra bela e cajueiro. É natural que com a compactação das vias urbanas daqueles bairros e com o espaço de absorção das águas diminuído com a construção das casas, aqueles espaços não teriam como acumular água como antes, além de que as águas passariam a ganhar maior velocidade de deslocamento nas vias urbanas compactadas com calçamento ou asfalto. Em seguida veio a decisão que contribuiu para o que estamos vivenciando atualmente, que foi a ocupação das lagoas de estabilização pelo prédio do supermercado, que não possui nenhuma culpa uma vez que certamente teve a autorização legal para a construção da obra, que destacamos gera inúmeros empregos e renda para as pessoas,  não estando aqui para direcionar nenhuma crítica ao mesmo, que como disse foi devidamente instalado e  com as devidas licenças de construção autorizadas pelo ente público.

Além desse aspecto destacado que contribuíram para o ocorrido, que enfatizamos não foi resolvido definitivamente pelas autoridades, uma vez que apenas medidas paliativas foram adotadas, destacamos também o estado das demais vias urbanas na nossa cidade, que há anos e não somente agora encontram-se em fase progressiva destruição. Iguatu ao contrário de muitas cidades possui grande dificuldade em finalizar obras, como podemos destacar a avenida perimetral que há quase três anos encontra-se causando transtorno, prejuízos aos comerciantes e moradores, além de ser palco de diversos acidentes pela falta de cuidados básicos como sinalização, entre outros.

É preciso que se diga que a situação presente é apenas resultado do que vem ocorrendo há alguns anos, como falta de investimento em infraestrutura urbana, instalação de loteamentos em áreas de riscos ou de possíveis riscos, construção de vias urbanas com material de péssima qualidade, entre outros fatores que fazem hoje de Iguatu umas das cidades do Ceará com mais problemas urbanas em suas vias.

O problema se agravou de tal maneira que uma operação tapa buracos, não seria suficiente para resgatar as nossas vias urbanas e torná-las transitáveis, em razão de que algumas encontram-se totalmente destruídas e somente a sua reconstrução seria o ideal.

Outro fato que merece destaque é a ausência de fiscalização nos loteamentos, onde alguns construtores estão utilizando toda a via para deposito de material, ocasionando retenção de água que infiltram por baixo do asfalto e causando o dano, o que pode ser facilmente percebido na avenida principal do altiplano, que para transitar encontra-se quase impossível pelo volume de tijolo, areia e entulhos espalhados na via causando problemas na estrutura do asfalto.

Atualmente estamos vendo diversos políticos que visitam o cajueiro e outras vias da cidade, como se não fossem responsáveis pelo que tá ocorrendo naqueles espaços. Todos os loteamentos ao serem solicitadas as licenças passam por análise e a câmara de vereadores tem acesso aos estudos, análises e as medidas mitigadoras em caso de possível problema que venham a ocorrer, desta forma todo e qualquer discurso usando essas imagens e a situação das ruas e casas, é um profundo desrespeito às pessoas e não passa de vesperal eleitoreira.

Por fim, deixo aqui a sugestão aos leitores que tentem chegar aos supermercados Assaí e Lagoa, em seguida façam uma visita a avenida onde se localiza as empresas Fernando Construções e Kg Construções, tentem chegar pela Avenida do Contorno aos loteamentos Mirante Verde e Sol Poente e de lá chegar a Avenida perimetral. Como sugestão aconselho antes de fazer esse percurso, mandar lavar e polir o seu carro para ficar mais emocionante.

MAIS Notícias
1928: quem matou Paulo Brasil? (Parte II)
1928: quem matou Paulo Brasil? (Parte II)

Por Naiara Leonardo....... As eleições que aconteceram em 1926 repercutiram em 1927 e 1928 com o assassinato não apenas de Paulo Brasil, mas ainda e primeiramente do delegado de polícia de Iguatu. Este, ao que parece, foi assassinado logo após a posse para prefeito do...

Marisa não respondeu, mas o Brasil sim!
Marisa não respondeu, mas o Brasil sim!

O ano era 1998 e a parceria entre Samuel Rosa e Nando Reis (e que parceria!) já estava estabelecida. A coisa funcionava assim: o Samuel compunha as melodias e as enviava, numa fita cassete, para o Nando Reis escrever a letra. Numa dessas transações poéticas, o Samuel...

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *