O gerente regional Norte e Sul do Ceará, da Caixa Econômica Federal-CEF, Francisco Braga Barbosa, é o entrevistado desta edição do A Praça. Mediante a polêmica levantada pelo setor da construção civil, especialmente dos imóveis financiados pela CEF, e o receio da restrição aos financiamentos, conforme matéria sobre o tema publicada na edição 951, deste periódico, o gerente traz esclarecimentos sobre alguns pontos abordados
A Praça – Qual o volume de recursos que a Caixa tem para investir no setor habitacional em nível de município, neste ano de 2019?
Francisco Braga – O orçamento previsto para aplicação em 2019 é de R$ 85 bilhões. A distribuição é por Unidade da Federação, de acordo com as necessidades, sem destinação para município especifico.
A Praça – Por que a Caixa endureceu tanto os critérios de avaliação e aprovação das cartas de crédito? O governo está receoso de aumentar a inadimplência?
Francisco Braga – Os critérios da Caixa são baseados em acordos internacionais e a análise de crédito utiliza parâmetros de mercado como exposição aos riscos e, inclusive, a inadimplência ou a sua curva. São critérios estratégicos e que não têm a ver com “endurecimento”, mas com análise concreta de dados estatísticos que calibram sua exposição ao risco. Vale lembrar que a Caixa tem um dos menores índices de inadimplência do mercado.
A Praça – O que o senhor destacaria como mudanças relevantes nas novas regras da política de habitação da Caixa? O que mudou afinal?
Francisco Braga – A Caixa, recentemente, reduziu para TR + 8,5% a.a. a taxa de juros para financiamentos que utilizam recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Caso o imóvel objeto seja ligado a empreendimento financiado pela Caixa, o valor do financiamento pode ser de até 90% do valor do imóvel. Para imóveis comerciais, o valor aumentou de 50% para 80% (imóveis novos), e de 40% para 70% (usados). Essa mudança visa aumentar a possibilidade de financiamentos para cliente com valor de financiamento a partir de R$ 80 mil.
A Praça – Em nível de município, como o senhor avalia os recursos injetados no mercado pela CEF nesta área de financiamento de imóveis?
Francisco Braga – A Caixa detém quase 70% dos financiamentos de imóveis no Brasil. No Ceará, o volume de aplicação está atendendo as projeções realizadas para 2019.
A Praça – Os construtores e empresários do setor reclamam que caiu drasticamente o número de cartas de crédito. Segundo eles, o percentual de queda pode alcançar 70%. O senhor confirma isso?
Francisco Braga – Conforme a resposta anterior, o volume aplicado em 2019 está atendendo as projeções.
A Praça – Quais são as modalidades de financiamento de imóveis da política de habitação da CEF que mais se encaixa no perfil econômica de nossa região?
Francisco Braga – A Caixa possui modalidades de financiamentos com recursos oriundos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), ambos com disponibilidade para financiamentos. O FGTS, na modalidade Minha Casa Minha Vida, possui recursos subsidiados para unidade, dependendo da faixa de renda, conforme critérios do Programa.
A Praça – A burocracia na hora do cliente fechar o negócio da ‘casa própria’ ainda é muito grande?
Francisco Braga – A Caixa possui critérios de avaliação alinhados com o mercado e trabalha incessantemente para reduzir os prazos de concessão de financiamentos. Ao longo dos últimos anos, temos racionalizado o processo de concessão, seja no prazo de avaliação de imóvel, de risco e de volume de documentação apresentada para a concessão o que vem possibilitando ao cliente um processo mais ágil.
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